A decisão de se tornar um jornalista-empreendedor, muitas vezes, é tomada sem a devida preparação. Isso é um reflexo dos tempos de faculdade, quando, na maioria das instituições, não havia nenhum tipo de incentivo e capacitação para o empreendedorismo.
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Até por isso, neste artigo listo sete erros comuns que você, jornalista-empreendedor, deve fugir. Foram aprendizados que eu tive em mais de 15 anos como empresário de comunicação, à frente da agência RZT Comunicação e da Escola Digitalista.
Confira abaixo o que não fazer como jornalista-empreendedor:
1 — Querer “abraçar” todos os clientes
Pode parecer tentador, mas tudo tem limite! Em algum momento, você ficará sobrecarregado e suas entregas irão perder a qualidade, podendo causar estranheza aos seus clientes. Além disso, outro agravante é não ter tempo para cuidar do seu próprio negócio. E isso será um problema. Até porque você precisa planejar novas soluções, estratégias e parcerias para que sua empresa cresça de forma saudável.
Aos poucos, é necessário terceirizar e começar a montar sua própria equipe com colaboradores, sejam freelancers ou contratados. E este é um momento especial, pois fica claro que seu negócio é próspero.
2 — Achar que seu cliente é seu amigo
Com alguns contratantes, você pode até ter uma empatia maior e, nestes casos, é natural criar uma expectativa no sentido de ir além da relação profissional. Mas cuidado para não se frustrar!. Quando o cliente precisar tomar uma decisão movida pela sua situação financeira, por exemplo, ele não vai levar em consideração essa eventual relação de amizade. Numa necessidade de rescisão de contrato, ele irá agir profissionalmente.
3 — Pensar em desistir depois de uma perda de cliente
Isso ocorre com muita frequência, principalmente quando estamos no começo e ainda não compreendemos muito bem o mundo dos negócios. Nessas horas, é fundamental entender que os clientes vêm e vão e esse ciclo faz parte da vida do jornalista-empreendedor. Muitas vezes, a interrupção de um contrato é uma oportunidade para você reavaliar a oferta do seus serviços. O que pode ser melhorado? Quais novas soluções podem ser oferecidas ao mercado?
Esse momento, inclusive, pode ser crucial para seu negócio. Eu mesmo vivenciei isso na prática. Na época, fiquei triste com aquela perda de cliente, mas, depois, agradeci, pois se não fosse aquela rescisão eu teria continuado naquela zona de conforto.
4 — Não formar uma reserva de emergência/segurança
Os meses de baixa não são imprevistos. É algo previsto. A flutuação no faturamento é normal e faz parte dos negócios. Então, se você não se organizar para isso, poderá ter problemas. A qualquer momento um cliente pode pedir a rescisão ou mesmo você pode ter algum problema de saúde que te impeça de trabalhar. Nessas situações, ter uma reserva é essencial.
Não se contente com os clientes que você tem hoje. Até porque eles não serão eternos
Almir Rizzatto
O ideal é que esse fundo tenha o equivalente a seis meses dos seus custos mensais. Vá criando essa reserva aos poucos e coloque em um investimento com liquidez diária, que você possa resgatar a qualquer momento.
5 — Não colocar a prospecção como uma tarefa diária
A busca por novos clientes é como uma poupança. Uma abordagem que você fez hoje pode render frutos daqui a um, dois, seis meses, ou até mais de um ano. Imagine fazer isso todos os dias. Os resultados são maravilhosos! Encaixe essa tarefa na sua rotina, pois ela é crucial para a saúde do seu negócio. Não se contente com os clientes que você tem hoje. Até porque eles não serão eternos.
6 — Não tirar férias
Quando o jornalista começa na carreira empreendedora, é comum achar que não pode tirar férias. E isso não é verdade. Você também precisa descansar, renovar as energias e ter saúde mental para produzir, entregar serviços de qualidade e gerar resultados para seus clientes.
Jamais entre na zona de conforto e passe uma imagem de profissional desatualizado, obsoleto
Almir Rizzatto
Defina com antecedência e coloque seu período de recesso no contrato. No começo, você pode tirar férias na época de festas, quando normalmente os clientes também estão de recesso.
7 — Parar de se capacitar
O mercado, especialmente o digital, exige atualização constante. Você precisa estar sempre à frente e pensando em novas soluções e estratégias para seus clientes. Jamais entre na zona de conforto e passe uma imagem de profissional desatualizado, obsoleto. Os clientes vão perceber isso, pois estão cada vez mais exigentes, informados e conscientes do poder do digital.
A especialização permite que você, jornalista-empreendedor, encare esse incrível mundo dos negócios de uma forma muito mais segura e tranquila.
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Além do artigo, o articulista-parceiro Almir Rizzatto e propõe a ensinar a arte de empreender para profissionais da comunicação. Para isso, ele é o responsável pelo curso online de empreendedorismo para jornalistas. As inscrições estão abertas.