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Até quanto a “whatsdependência” é saudável e afeta a produtividade?

Imprensa brasileira usa WhatsApp de forma limitada e perde oportunidade de gerar receita - whatsdependência
Imagem: iStock
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“Não lembro de termos ficado tantas horas sem conexão e acesso ao WhatsApp. A experiência inusitada foi uma ótima oportunidade de reflexão.”

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Há cinco anos, dedico-me ao estudo da comunicação pelo WhatsApp e, desde então, compartilho dicas e reflexões por meio de artigos, palestras e mentorias sobre o uso estratégico do aplicativo mais popular do Brasil, com mais de 120 milhões de usuários.

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No dia 4 de outubro, ocasião em que ministrei uma palestra sobre o assunto em Brasília, por volta das 12h30 recebi e enviei a última mensagem pelo aplicativo. Depois de alguns minutos sem nenhuma notificação, comecei a achar estranho. Por algum momento, assim como a maioria dos usuários, pensei que era algum problema com a minha internet, conexão ou smartphone. Depois de tentativas de desligar e ligar o wi-fi e reiniciar o celular, vi que não era um problema comigo, mas possivelmente com as plataformas. 

Corri para o Twitter, a melhor rede social para se informar sobre os acontecimentos em tempo real. Digitei “WhatsApp” na busca e descobri que era uma pane geral nas empresas do grupo Facebook. Num primeiro momento, fiquei na praça pública de twitteiros lendo e me divertindo com os memes. Pensei: logo tudo volta ao normal e a vida hiperconectada continua. Ledo engano. Passaram-se cinco horas e… nada.

Não lembro de termos ficado tantas horas sem conexão e acesso ao WhatsApp. A experiência inusitada foi uma ótima oportunidade de reflexão. Digo sempre: precisamos utilizar o WhatsApp com sabedoria e a nosso favor. Comecei a palestra sem que o aplicativo tivesse voltado. Propus aos participantes do evento presencial que refletissem sobre como nos tornamos “whatsdependentes”. Quando terminei minha apresentação, enfim, o mensageiro tinha voltado a funcionar normalmente.

Era hora de enviar aquela mensagem para as pessoas que acompanham meu trabalho dedicado ao estudo da ferramenta e estão conectadas comigo por meio dela e perguntar para elas: como foi seu dia com horas sem WhatsApp? Recebi respostas surpreendentes e ótimas reflexões que merecem ser compartilhadas. Para alguns, foram horas de pânico e desespero. Para muitos, no entanto, foram momentos de paz e alívio. Como certos comentários que recebi, foi “um misto de graças a Deus e Deus me ajude!”.

Enfim, seguem abaixo alguns relatos que nos fazem refletir sobre o quanto somos “whatsdependentes” e como isso impacta em nossa saúde, principalmente mental, e afeta a produtividade nos dias atuais.

Confira relatos sobre a queda do WhatsApp e a “whatsdependência”:

Criamos uma dependência, e ficamos mal acostumados, nos moldamos as facilidades, hoje ninguém mais se utilize de um telefone fixo, celular só serve pra se conectar nas mídias, WhatsApp, Instagram, Internet Bank e outras facilidades. É como você usar um relógio de pulso, coisa que também já não se usa, e a bateria descarregar, aí você não sabe que horas são. Você fica perdido, receio de atrasar nos compromissos. A falta do Wats foi como um relógio sem bateria.

Percebi o quanto estamos dependentes deste aplicativo. Sensação que o mundo parou. Foi difícil reagir e usar o aparelho telefônico. Eu mesma não atendia mais ligações… Só gosto de conversar pelo WhatsApp, e escrevendo. Não faço áudio.

Voltamos a utilizar a ligação telefônica, um pouco de e-mail e também o Telegram. Na verdade, foi tranquilo. Até melhor, confesso. O dia foi mais produtivo.

Senti-me deslocada. Logo tratei de buscar outras formas de comunicação para contato, especialmente com as pessoas próximas. O WhatsApp passa uma sensação de segurança, ou quem sabe, uma falsa sensação de domínio sobre o que está acontecendo ao nosso redor.

Atrapalhou muito pela dinâmica que a ferramenta nos proporciona. Aprendemos a ganhar tempo e agilidade com ela, mas também deu uma folga que a gente não sabe mais como ter. Por vezes, precisamos desligar e não sabemos como.

Por ter desinstalado o Telegram, que ficou em segundo plano e sem contatos frequentes, resolvi as urgências por SMS e telefonemas. Fez falta, mas ninguém morreu.

Foi até legal, ver tanta gente se batendo atrás de solução para se comunicar. Foi um dia menos estressante, mas, é claro, precisamos dele. Mas que tal a ideia: um ou dois dias por semana todo mundo ao mesmo tempo sem WhatsApp para  desestressar?

Como um dia de liberdade, embora tenha alertado para nossa dependência absurda pela ferramenta. Mas, foi uma segunda-feira tranquila.

Consegui tirar pendências da minha lista, sentei para escrever sem interrupções e estava estudando com a minha filha, até que voltou tudo e já fiquei com atenção difusa.

Muitas reflexões, mas a principal é a de que não podemos ficar refém de um só meio de comunicação/interação. Imagina as empresas de delivery que não dispunham de outro meio de contato com o cliente.

Dois clientes me ligaram para finalizarmos as produções. Senti esta “proximidade” de voz muito boa em uma negociação. Ouvir o tom da voz dos clientes satisfeitos com o fechamento dessa contratação foi muito bom, passou segurança.

A inovação é realmente impressionante. Estamos tão atrelados a ela, que perdemos a noção de que podemos nos comunicar mesmo sem Whatsapp. Mas confesso que ficar sem receber informações de forma rápida foi uma experiência, no mínimo, interessante.

Por um lado, passei por um processo de “desintoxicação” e percebi o quanto já estamos reféns dessa plataforma. Admito que rendi mais no trabalho, voltei a utilizar o telefone e o e-mail. No final das contas, penso que foi uma ótima experiência.

Parece que ficamos um dia sem sol. Outra coisa é que muita, mas muita gente lembrou que existe telefone para ligar, SMS para enviar mensagens e o mundo real para socializar na vida.

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João Paulo Borges

Jornalista, especialista em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), com 12 anos de experiência em assessoria de comunicação política, institucional e empresarial. Atuou em Brasília de 2007 a 2011, onde assessorou dois deputados federais. Há oito anos trabalha em Florianópolis. Em 2019, concluiu o masterclass de marketing e comunicação política ministrado pelo professor Marcelo Vitorino na ESPM. Até janeiro de 2019, foi um dos responsáveis pela comunicação da Federação Catarinense de Municípios (Fecam). Na entidade, apresentou, planejou e operacionalizou o projeto de implantação de um canal institucional para distribuição de mensagens pelo WhatsApp -- ação pioneira entre entidades representativas. Dedica-se ao estudo da comunicação pelo WhatsApp desde 2016, publicou artigos com reflexões sobre o tema no Portal Comunique-se e prestou consultoria para implantação de mais de 10 canais oficiais e institucionais para distribuição de informações pelo mensageiro.

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