A pandemia do novo coronavírus tem sido diariamente fatal para os jornalistas brasileiros. Literalmente. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 20, pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostra que, na média, ao menos um comunicador do país não tem resistido à luta contra a Covid-19. Os dados são referentes ao primeiro quadrimestre deste ano.
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De acordo com números revelados agora, de 1º de janeiro a 30 de abril e 2021, 124 jornalistas morreram em decorrência da Covid-19 no país. Na média, 31 óbitos por mês. Registros que mostram crescimento no comparativo com 2020. No ano passado, no recorte para profissionais da imprensa, a média mensal de mortes foi de 8,3.
Com a aceleração de vítimas no primeiro quadrimestre, a Fenaj contabiliza 213 jornalistas mortos no Brasil por causa do novo coronavírus. No geral, o país contabiliza mais de 441 mil mortes em decorrência da doença viral — ficando somente atrás dos Estados Unidos no total absoluto de óbitos.
“Todos os dias incluímos novas informações ao dossiê”
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), entidade associada à Fenaj, Moacy Neves alerta para a possibilidade de subnotificações. “A pesquisa está em andamento, inclusive coletando e apurando dados anteriores e todos os dias incluímos novas informações ao dossiê”. Na Bahia, a entidade mostra que mais de 350 jornalistas contraíram a doença desde o início da chegada da pandemia no país.
Covid-19 X jornalistas brasileiros
A situação fez o Brasil chegar ao inglório topo da lista de países com mais jornalistas mortos em decorrência da Covid-19. Conforme levantamento publicado em março pela organização Press Emblem Campaign, o país contabiliza 11 comunicadores mortes por causa do novo coronavírus. Mortes que, segundo a Fenaj, aumentaram no decorrer do último mês.