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Covid-19 no Brasil: cresce a média de jornalistas mortos

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(Imagem: Reprodução)

De acordo com a entidade, 155 profissionais de imprensa foram vítimas do coronavírus em 2021

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O número médio de jornalistas mortos em decorrência da Covid-19 segue aumentando no Brasil. De acordo com dados divulgados na última semana pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o primeiro semestre de 2021 registrou aumento de 277% na média mensal de mortes pela doença, em comparação com 2020.

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O Dossiê da entidade aponta que, no ano passado, foram registradas 80 mortes e, em 2021, houve um salto para 155. O período com maior número de casos foi março deste ano, com 51 mortes. Os estados que lideram a lista de vítimas da Covid entre os profissionais da imprensa são: São Paulo (27), Rio de Janeiro (24), Pará (19), e Amazonas (17). A faixa etária com maior incidência é de 51 a 70 anos (50,4%).

Ainda segundo a Fenaj, o principal motivo para a alta taxa de contaminação dos profissionais da categoria é a atuação na linha de frente desde o início da pandemia. Para levar notícias à população, muitos jornalistas ficam expostos à contaminação pelo coronavírus.

É o caso de 23 profissionais de Sergipe. Na capital, Aracaju, equipes de reportagem de diferentes veículos de comunicação testaram positivo para a Covid-19 após a cobertura de um incêndio no Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, no dia 27 de maio. Segundo matéria publicada pelo sindicato dos jornalistas da região, a principal suspeita é de que a contaminação em massa tenha ocorrido durante as produções das reportagens no local.

Em prol da imunização

Com o objetivo de reduzir o número de mortes pela Covid-19 nas redações, a Fenaj e sindicatos de jornalistas de todo o país têm realizado ações para pressionar órgãos públicos a incluírem os jornalistas em grupos prioritários da vacinação. A mobilização deve-se ao entendimento de que o jornalismo é reconhecido como uma atividade essencial e exposta ao vírus.

No dia 9 de junho, a entidade organizou uma manifestação virtual, que convidava jornalistas a irem trabalhar com roupas azuis e publicarem conteúdos em apoio à vacinação da imprensa em suas redes sociais, além de incentivar a participação no abaixo-assinado pela imunização da categoria. A ação mobilizou profissionais de todo o país.

Em alguns estados brasileiros, a medida já foi adotada. No Mato Grosso, no Maranhão e na Bahia, profissionais de imprensa já foram incluídos em planos de vacinação e, nas capitais, receberam a primeira dose do imunizante.

A nível nacional, desde o início de abril, tramita um projeto de lei na Câmara dos Deputados que inclui os jornalistas no Plano Nacional de Imunização (PNI). De autoria de Dagoberto Nogueira (PDT/MS), a proposta segue em análise da Comissão de Seguridade Social e Família.

Ação no STF

As medidas em defesa da vacinação dos jornalistas também chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 8 de junho, a Fenaj juntou-se ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia (Sinjorba) e à Associação Bahiana de Imprensa (ABI) para encaminhar uma ação contra petição recebida pelo ministro Dias Toffoli para impedir a imunização dos profissionais da imprensa da região. Até o momento, não foi divulgada resolução do caso.

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Julia Renó

Jornalista. Natural de São José dos Campos (SP), onde vive atualmente, após temporadas em Campo Grande (MS). Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MS) e voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, integrou o time de jornalistas do Grupo Comunique-se de julho de 2020 a abril de 2022.

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