Jornalistas de todo o país lamentaram o ocorrido e declararam luto pela morte de um dos maiores nomes da profissão
A morte de Hélio Fernandes causou grande comoção na imprensa brasileira. Veículos de comunicação e jornalistas de todo o país lamentaram a perda do colega de profissão na madrugada de ontem,10. A notícia foi lembrada por todo o dia, ressaltando sua importância para a profissão no Brasil.
Aos 100 anos, Hélio colecionava momentos marcantes da história do jornalismo brasileiro, à qual dedicou sua vida. Che Oliveira, repórter da Rádio Roquette Pinto, no Rio de Janeiro, publicou uma foto do colega de profissão e ressaltou seu papel de resistência à liberdade de imprensa no país. “Morre um símbolo de uma resistência cada vez mais necessária nos dias de hoje”, aponta.
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Em uma publicação em seu perfil no Facebook, Leonencio Nossa, repórter do Estadão, caracterizou Hélio como “um dos intérpretes mais combativos, ácidos e criativos da história recente do Brasil”. Em sua homenagem ao jornalista, ele destaca o seu bom humor com relação ao passado, apesar dos momentos difíceis que viveu.
No Twitter, a repercussão da notícia não foi diferente. O jornalista Mário Magalhães compartilhou a notícia como a perda não apenas de um dos jornalistas mais importantes da imprensa, mas também de seu primeiro chefe.
Foi-se o Hélio Fernandes, um dos jornalistas mais importantes da história da imprensa brasileira. Dono da Tribuna da Imprensa, foi meu 1° patrão, em 1986. De nov.1953 a jan.1954, ele havia sido editor geral do jornal dirigido por Carlos Lacerda _como Hélio lembrou no mês passado. https://t.co/o30shtfw9K
— Mário Magalhães (@mariomagalhaes_) March 10, 2021
Marcelo Rubens Paiva também dedicou uma publicação às suas lembranças com Hélio Fernandes. No texto, falou sobre a relação que tinha com ele, que era amigo de seu pai e o acompanhou na infância.
Hélio Fernandes era um dos amigos do meu pai que eu mais gostava. Brincava muito com a gente. Tinha uma voz engraçada e uma cativa no velho Maracanã. Me levava com os filhos, Bruno, Guto, para ver jogos das eliminatórias da Seleção 70 de Pelé. Brasil diminui hj.
— Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubens) March 10, 2021
Atuação na imprensa
Hélio Fernandes teve uma grande participação na imprensa brasileira, com passagens por veículos como a revista O Cruzeiro, Diário Carioca, a revista Manchete e o jornal Tribuna da Imprensa, fundado por Carlos Lacerda e, posteriormente, adquirido por ele. Em 1946, participou da Cobertura da Assembleia Constituinte e era o último jornalista vivo que teria presenciado o momento. Era irmão do cartunista Millôr Fernandes.