A ARTIGO 19 e o Instituto Vladimir Herzog lançarão, na próxima terça-feira, 31, a Rede Nacional de Proteção a Jornalistas e Comunicadores. O grupo contará com uma plataforma para recebimento de denúncias de ataques a profissionais da categoria, que será levada ao público por meio de um evento online e gratuito, às 19h30.
Leia mais:
- Aline Midlej ganha espaço no ‘Jornal Nacional’
- Fotojornalista Roberto Stuckert morre aos 78 anos
- Novidades na Folha de S. Paulo: perfil no TikTok e podcast sobre vacinação
Segundo comunicado enviado ao Portal Comunique-se, o encontro será transmitido pelo canal do instituto no YouTube e terá como tema o processo de institucionalização dos ataques à imprensa no Brasil e terá a participação da diretora-executiva da Casa Sueli Carneiro, Bianca Santana, da cofundadora e editora-executiva da Agência Amazônia Real, Kátia Brasil, e da co-fundadora e co-diretora do Nós, Mulheres da Periferia, Semayat Oliveira.
O texto revela, ainda, que a iniciativa começou a ser projetada em 2018 e coloca em prática um sonho antigo da equipe do Instituto Vladimir Herzog e de parceiros. O objetivo de todos os envolvidos é garantir a segurança dos profissionais da imprensa.
“Os ataques a jornalistas e comunicadores no Brasil atingiram níveis extremamente preocupantes, que colocam em risco a nossa democracia. E é justamente isso que o projeto busca: garantir a segurança dos profissionais da imprensa e, com isso, fortalecer o nosso já tão combalido regime democrático”, explica Giuliano Galli, coordenador da área de jornalismo e liberdade de expressão da entidade.
O discurso é reforçado pela diretora-executiva Brasil e América do Sul da ARTIGO 19, Denise Dora. Com base em dados do Relatório Global de Expressão mais recente, ela ressalta a importância do apoio à categoria no contexto político atual do Brasil.
“Dados do nosso último Relatório Global de Expressão mostram que nosso País é uma democracia em crise. Em 2020, foram registradas 464 declarações públicas feitas pelo Presidente da República, seus ministros ou assessores próximos que atacaram ou deslegitimaram jornalistas e o seu trabalho, nível de agressão pública que não é visto desde o fim da ditadura militar. As violações contra jornalistas e comunicadores somam 254 casos”, aponta.
Como será o projeto
Além da plataforma de denúncias, a iniciativa das entidades ligadas ao jornalismo disponibilizará cartilhas, livros, artigos e vídeos sobre proteção e segurança. Como parte das ações do grupo, serão promovidas também oficinas a respeito de temas ligados ao jornalismo, liberdade de expressão e direitos humanos.