cURL Error: Connection timed out after 10001 milliseconds Podcast: da origem ao destaque no Prêmio Comunique-se
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Podcast: da origem ao destaque no Prêmio Comunique-se

Studio Microphone Recording Podcast Audio
(Imagem: Divulgação)
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Na edição deste ano, o Prêmio Comunique-se passa a premiar jornalistas que atuam com podcast. Conheça a história do formato e a sua ascensão

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Em 2021, o Prêmio Comunique-se, o “Oscar do jornalismo brasileiro”, inaugura a subcategoria ‘Jornalista Podcaster’. Isso mostra como o podcast tem ganhado cada vez mais espaço. Segundo pesquisa da Kantar Ibope, encomendada pela Globo, a audiência dos podcasts aumentou 33% em 2020. São 28 milhões de brasileiros com mais de 16 anos ouvindo discussões em formato de áudio. 

Podemos considerar que essa prática está em seu auge. E ela não é tão antiga assim. Oficialmente, surgiu no começo dos anos 2000. Mas a sua história começou um pouco antes, mais precisamente na década de 1980. O termo podcast só existiu a partir de 2004, mas o seu “nascimento” aconteceu por etapas — e isso por causa da evolução da tecnologia.

O início de tudo

Nos anos 80, bem antes da internet estar presente no dia a dia das pessoas, já existia nos Estados Unidos o serviço RSC — abreviação do termo em inglês Radio Computing Service. De forma resumida, funcionava da seguinte forma: eram fornecidos softwares de música e de conversação para emissoras de rádio, mas no formato MIDI.

Por causa disso, era um serviço restrito. Não era qualquer pessoa que conseguiria, com este formato, criar e distribuir conteúdos em áudio. Mas não deixava de ser uma inovação, pois colocava mídia auditiva em formato digital.

E foi seguindo a mesma linha de áudios em arquivos digitais, que, em 1993, o americano Carl Mulamad criou um formato inovador de talk show. Era então criado o que podemos chamar de “podcast piloto” — pois não se compara aos serviços atuais, mas foi um precursor do que temos hoje. As suas entrevistas offline, em vez de serem transmitidas via rádio, eram distribuídas no meio digital.

No entanto, naquela época eram poucas pessoas que tinham acesso a computadores, principalmente no Brasil. Rodar um áudio era coisa de máquina potente — algo que aqueles computadores com tela preta e letras verdes, do começo dos anos 90, não conseguiam fazer.

De toda forma, para “vender o seu peixe”, Malamud levantava o argumento de que o formato digital de áudio era mais vantajoso, pois o usuário pode pausar o áudio na hora que quiser.

Evolução da tecnologia

Como abordado no tópico anterior, a tecnologia da época impossibilitava a propagação dos podcasts. Foi na primeira metade da década de 90 que o gravador digital nativo do Windows capturava e reproduzia arquivos brutos, no formato WAV. No entanto, o áudio ocupava muitos megabytes e não cabiam em um disquete — que possuía armazenamento de apenas 1,44 MB.

O grande objetivo era conseguir divulgar os áudios na recém-chegada World Wide Web para deixar de lado os discos rígidos. Porém, para isso, era preciso codificar o som por meio de um compactador, tomando o cuidado para não perder a qualidade do áudio.

Alguns formatos começaram a se popularizar, como os arquivos do Windows Media Player, em formato WMA, e o Real Audio, que foi pela estreia de algumas emissoras de rádio na internet.

Uso do formato MP3

O divisor de águas veio com o formato MP3. O grande boom veio com a combinação explosiva com softwares como o Winamp (um dos mais populares players e organizadores de música, lançado em 1997) e o Napster (que foi criado em 1999 e permitia o compartilhamento de arquivos de áudio entre computadores). Além disso, protagonizou-se o primeiro grande episódio jurídico entre a internet e a indústria fonográfica.

Na virada do século, a internet já era presente na vida das pessoas. O número de internautas já chegava na casa dos 500 milhões a nível mundial (hoje são mais de 4,7 bilhões). De toda forma, o streaming ainda era restrito a algumas iniciativas. No entanto, computadores com Winamp e Napster já mostravam que dificilmente ouviríamos música e informação do mesmo jeito que fora até aquele momento.

Enquanto o MP3 se propagava, eram criadas funcionalidades que remetem ao que os podcasts usam hoje. Em 2001, a Applian Technologies, empresa de San Francisco, lançou um gravador de áudio para desktop. Se chamava Replay Radio. O programa permitia não só gravar áudio, mas também acessava outros servidores, de onde era possível baixar arquivos de áudio. Era uma ideia parecida com o peer-to-peer, que foi muito popular no início do milênio.

O surgimento das empresas agregadoras

O podcast, atualmente, é algo muito acessível. Basta ter um celular com conexão à internet. E é  tão fácil por causa das empresas agregadoras, como a Apple, o Google e também o Spotify, por exemplo, além de outras que estão no mercado. O agregador permite que o usuário salve uma playlist em seu smartphone para ouvir quando quiser.

O primeiro programa agregador, o MyAudio2Go, foi lançado em setembro de 2000 pela iGo. Ele já funcionava de forma semelhante às ferramentas atuais, mas era feito para PCs com conexões à internet lentas.

O MyAudio2Go permitia que o usuário baixasse arquivos em MP3 — mesmo sendo bem lento, o que era padrão na época. No entanto, em vez de músicas, eram notícias de esportes, entretenimento, clima e cultura. A ideia não era nem um pouco sustentável. Um ano após o seu lançamento no mercado, a i2Go quebrou junto com a bolha da internet, levando junto seu programa promissor.

Nasce o RSS

O RSS já estava sendo estudado paralelamente a essas outras iniciativas. Em outubro de 2000, o empreendedor Tristan Louis  teve uma ideia sua desenvolvida pelo programador Dave Wiiner — e logo depois por Adam Curry.

Os blogs estavam atingindo um grande número de acessos e passaram a ouvir a demanda de usuários, que pediam que fosse disponibilizado conteúdos em áudio. E este recurso de áudio pensado para blogs foi criado por Winer e Curry. Surgiu então o RSS.

Próximo do que é apresentado hoje, a ideia foi concluída em junho de 2003, quando a ferramenta Ed Radio foi lançada com funcionalidade RSS. Basicamente, o aplicativo rastreava feeds em RSS que continham arquivos em MP3, reunindo-os num único registro. Com isso, o usuário poderia agregar arquivos em MP3 de diferentes programas, tudo isso num só lugar. 

E foi dessa ideia que surgiu o conceito de agregador, que é utilizado em muitos programas atuais. A partir disso, muitas iniciativas em RSS começaram a ser trabalhadas, seguindo o mesmo conceito de distribuição que do feed vai para o agregador.

Audioblogging, o antecessor do podcast

Com o passar do tempo, as ferramentas foram evoluindo. Em outubro de 2003, Winer esteve à frente de um evento sobre blog na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Lá, distribuiu CDs com arquivos de áudio. A sua ideia era mostrar a qualidade e capacidade que o formato, que era chamado de audioblogging, poderia ganhar.

No mesmo evento, Curry fez uma publicação em seu blog, na qual mostrava como fazer que um arquivo de MP3 fosse gravado via RSS em um iPod. Com isso, uma tendência foi lançada. Publicar arquivo em MP3 e lançar via RSS para dentro de players de áudio se tornou uma ideia que gerava oportunidade de mercado. Em decorrência disso, a partir de 2004, começaram a surgir promissores serviços.

A primeira ferramenta a ter sucesso foi a iPodderX, que mudou de nome posteriormente devido à patente da marca iPod, que já pertencia à Apple. Em seguida veio o iPodder — que posteriormente virou Juice — e CastPodder. Outro que também figurou entre os badalados foi o Liberated Syndcation (Libsyn), que foi lançado em outubro de 2004.

O termo podcast passa a ser utilizado

Embora já tivesse tomado corpo, o termo podcast ainda não havia sido utilizado. E a criação desse nome está atribuída ao jornalista Ben Hammersley, que sugeriu a nomenclatura num artigo para o jornal britânico The Guardian, em fevereiro de 2004. O jornalista não perdeu tempo e registrou para si o domínio podcast.net. 

A sugestão de nome agradou as lideranças da época que estavam envolvidas nessa área, inclusive Winer e Curry. Em 2004, o termo passou a ser pesquisado na web, atingindo seu primeiro pico de pesquisas em janeiro de 2006.

Esse crescimento ao longo de 2005 tem explicação:  na versão 4.9 do iTunes, em junho daquele ano, a Apple passou a permitir que seus usuários organizassem na ferramenta, além de músicas, os seus podcasts favoritos.

Naquele mesmo ano, o Yahoo também lançou um diretório de podcast, que possibilitava aos usuários que se inscrevessem em programas e baixassem episódios. O serviço ficou no ar por dois anos, até outubro de 2007. Apesar do pouco tempo, tem sua importância para o descobrimento do podcast.

O podcast no Brasil 

O surgimento do podcast no Brasil se deu em paralelo ao que acontecia também nos Estados Unidos. No entanto, os norte-americanos tiveram um desenvolvimento mais rápido em relação aos podcasts. Logo surgiram programas que, até os dias atuais, são populares. Curry tinha o já famoso na época, “Quit Your Day Job”. Surgiram também outros balados, como exemplo o “Later This Week”, criado pelo expert em tecnologia Leo Laporte.

No Brasil, então, começaram a surgir os primeiros projetos. O “Café Brasil”, que foi lançado em 2005 como programa de rádio, tornou-se podcast em 2006, figurando hoje entre os mais escutados do país. No entanto, o desenvolvimento no Brasil só veio quando o público passou a conhecer melhor o formato.

O primogênito

Em outubro de 2004, foi publicado o primeiro episódio do Digital Minds, que foi o primeiro podcast do Brasil. Por trás da ideia estava Danilo Medeiros. O projeto trazia conteúdos sobre tecnologia, ciência, música e cultura. 

O projeto foi paralisado em 2006. Em 21 de outubro de 2017, após um longo intervalo parado, o Digital Minds voltou à ativa. Infelizmente, durou apenas três episódios e não recebe atualizações em seu canal no YouTube há mais de três anos.

O crescimento do podcast no Brasil

O podcast no Brasil tem audiência desde o seu lançamento, em 2004. No entanto, ele passou a ser mais conhecido e propagado recentemente. O ano de 2019 pode ser considerado como o “divisor de águas”. De acordo com o Spotify, o número de ouvintes de podcasts no Brasil cresceu 330% de 2018 para 2019.

Uma pesquisa do Ibope divulgada na época mostrou que 40% dos internautas brasileiros já haviam tido contato com podcasts. Em entrevista ao CanalTech, o vice-presidente da Associação Brasileira de Podcasts (Abpod) concorda que 2019 foi o ano dos podcasts, baseando-se na amplitude, evidência e projeção nacional do projeto.

Adesão da imprensa tradicional

Potência da comunicação no Brasil e na América Latina, a Globo também passou a enxergar o formato com bons olhos. Agora em 2021, a emissora possui diversos podcasts, que podem ser acessados em seus domínios virtuais e por sua plataforma de streaming, a Globoplay.

No começo de 2021, a emissora trouxe mais de 80 novos conteúdos para a aplicação. Isso mostra que a Globo está investindo e acompanhando as tendências do mercado global. E isso já está gerando resultados: um aumento incrível de 450% nos downloads totais em 2020, comparando com 2019.

Além da emissora carioca, outras como a Record TV e Band passaram a ter serviços de podcast. Basta uma simples pesquisa na web para identificar  diversos tipos de programas, com diferentes temas e convidados, todos promovidos por veículos tradicionais de imprensa.

Isso mostra como o jornalismo abraçou de vez a prática de contar histórias por áudio na internet. E isso não é atoa, pois o brasileiro também passou a consumir mais esse formato, como mostram as pesquisas aqui já citadas. Isso evidencia que as emissoras estão acompanhando as tendências do mercado.

O surgimento dos videocasts

O podcast, já consolidado, ganhou um “derivado”. Os videocast, também chamados de vidcast ou vodcast, nada mais é do que um podcast com conteúdo em vídeo, além do áudio. Isso porque os usuários não poderiam deixar de lado o grande potencial de plataformas de streaming, como o YouTube, Twitch e entre outras.

Em vez de registrar somente o áudio, passou-se a gravar a imagem da hora da gravação. A gesticulação do convidado, os olhares, enfim… Foi um algo a mais. E o sucesso era mais do que esperado. Afinal, no Brasil, segundo dados da Kantar Ibope, 99% dos internautas brasileiros acompanham vídeos.

Hoje já são centenas de projetos disponíveis nas plataformas de vídeo. Tanto no Brasil quanto fora, os videocasts são sucesso garantido. Bons exemplos são o Flow Podcast e o PodPah Podcast, que são comandados por duplas de influenciadores digitais, que perceberam o grande potencial do negócio e hoje em dia faturam altas cifras com o videocast.

Jornalistas que apostam no podcast

Com o seu crescimento, o podcast tornou-se uma grande aposta para muitos jornalistas. Um grande exemplo disso é o de Celso Freitas, que além de ser âncora do Jornal da Record, está à frente, desde junho de 2020, do podcast “JR 15 Minutos com Celso Freitas”.

Em entrevista exclusiva ao Comunique-se, o jornalista podcaster contou um pouco sobre a sua experiência com o formato.

Aproveite e também confira a participação do Celso no podcast oficial do Comunique-se, o Podcast-se. Lá, ele falou um pouco sobre o jornalismo em formato de áudio e contou um pouco sobre sua carreira. Escute abaixo:

Listen to “#251 Celso Freitas: 50 anos de jornalismo, o que inclui o digital e agora podcasts | Celso Freitas (TV Record)” on Spreaker.

De jornalista para jornalistas

Outro caso de jornalista que abraçou o podcast é o do carioca Rodrigo Alves. Após 15 anos atuando pelo Grupo Globo, ele decidiu encerrar o seu contrato de forma amigável para se dedicar ao que mais lhe motivava: produzir podcasts e narrativas em áudio. Hoje, o formato é o que encanta o jornalista.

Rodrigo está à frente do podcast “Vida de Jornalista”, que tem como convidados jornalistas e discute sobre o dia a dia da profissão. Desde 2018 produzindo conteúdos neste formato, o jornalista se apaixonou e hoje em dia consegue viver só disso. Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Comunique-se. Confira na íntegra abaixo:

Conheça a nova subcategoria do Prêmio Comunique-se: jornalista podcaster

O “Oscar do jornalismo brasileiro” sempre esteve atento ao mercado de comunicação. E isso fica em evidência com a nova subcategoria do Prêmio Comunique-se, a de “Jornalista podcaster”. A novidade faz parte da categoria “Digital”. O evento sempre teve por objetivo prestigiar e valorizar o jornalismo. Com a produção de podcasts na imprensa do país, nada mais justo do que incluir algo na disputa, como afirma Rodrigo Azevedo, CEO do Comunique-se, em entrevista ao Metrópoles.

Conforme a regra descrita no regulamento, estarão aptos a concorrer na mais nova divisão quem for responsável pela produção e/ou apresentação de “projetos informativos ou analíticos desenvolvidos originalmente, de forma independente ou com apoio de algum veículo de comunicação, necessariamente em formato de áudio para o ambiente online, independentemente da editoria abordada”.

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Redação

Equipe responsável pela produção de conteúdo do Portal Comunique-se.

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