Ação liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo deflagrou greve na matriz da RedeTV, em Osasco (SP), desde o primeiro minuto desta terça-feira, 31 de agosto. Por meio de seu site oficial, a entidade sindical credita o movimento à falta de aumento salarial nos últimos quatro anos. Além disso, avisa: a situação contra o comando da emissora pode ocorrer por “tempo indeterminado”.
O aviso da greve ocorreu horas após líderes do sindicato marcarem presença em frente à sede do canal. De acordo com a instituição, o movimento realizado na tarde dessa segunda-feira, 30, foi a última tentativa de acordo de reajuste em prol dos colaboradores pertencentes à categoria de radialistas. No entanto, a entidade garantiu que não houve resposta por parte do veículo de comunicação.
Só restou os trabalhadores decretarem greve
Sindicato dos Radialistas de SP
“Os radialistas da RedeTV amargam salários sem reajustes há mais de quatro anos, inclusive em cláusulas econômicas contidas na convenção coletiva da categoria. Sem interesse da direção da RedeTV em negociar, só restou os trabalhadores decretarem greve”, afirma o sindicato em posição contrária à gestão do canal de televisão. “As perdas salariais dos trabalhadores são de 18,72%, se considerar o retroativo chega a 354%. E a RedeTV paga o pior salário do mercado aqui em São Paulo”, prosseguiu a entidade.
O movimento grevista de parte dos colaboradores da RedeTV foi capitaneada pelo Sindicato dos Radialistas local, mas conta com apoio de outra instituição inserida no meio da comunicação. Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) fez questão de registrar que concorda com a paralisação dos trabalhos na emissora. Em defesa do aumento de salários por parte da empresa, o SJSP alega que o canal televisivo tem histórico recente de ganhos com publicidade.
A emissora fechou contratos milionários
Sindicato dos Jornalistas de SP
“Nesse período, além dos sorteios de prêmios que ajudam a manter a receita da RedeTV, a emissora fechou contratos milionários com a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobras, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, governo do estado de São Paulo e outras importantes instituições públicas”, afirma o SJSP. “A RedeTV também recebeu investimentos milionários de Bradesco, Itaú, Facebook, Ultrafarma, Vivo, Casas Bahia, Sky Pré-Pago, Bigtrail e Cartão de Todos. Tem ainda os merchans e os horários vendidos a igrejas neopentecostais”, destaca a instituição sindical.
Diante do início da greve, a RedeTV posicionou-se. Por meio de comunicado repercutido originalmente pelo portal UOL, o veículo de comunicação reclama da forma como o sindicato dos radialistas agiu. Na visão da direção da emissora, a entidade sindical mostrou-se “totalmente desvinculada da realidade”. Além disso, a empresa de comunicação fala em decisão tomada sem a participação da maioria dos funcionários da casa, que, conforme alega, pode ter o trabalho prejudicado pelo movimento grevista.
“A RedeTV lamenta que o sindicato tenha realizado assembleia na qual não estava presente a maioria de seus milhares de colaboradores para decretar o estado de greve. Isso prejudica o trabalho dos demais colaboradores que não concordam ou apoiam tal movimento”, posiciona-se a emissora. Em outro ponto, o canal destaca não ter dispensado funcionários mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus.
A RedeTV, ao contrário de outras empresas do meio que notoriamente praticaram grandes cortes de folha de pagamento durante o período, não o fez
Direção da RedeTV
“A argumentação apresentada pelo sindicato é totalmente desvinculada da realidade, sabendo que o setor de comunicação foi um dos mais gravemente afetados pela pandemia Covid-19 e que a RedeTV, ao contrário de outras empresas do meio que notoriamente praticaram grandes cortes de folha de pagamento durante o período, não o fez. A RedeTV seguirá desempenhando as suas funções com os colaboradores que refutam tal movimento”, pontua a direção do veículo de comunicação.
Vice-presidente e sócio da RedeTV ao lado de Amilcare Dallevo, Marcelo de Carvalho criticou publicamente a decisão do Sindicato dos Radialistas em deflagrar greve. Por meio de “fio” publicado em seu perfil no Twitter, o empresário reforçou o fato de a emissora não ter promovido demissão em massa diante do período de pandemia e, ao abordar a questão sindical, reclamou até do ex-presidente Getúlio Vargas. “Punhado de sindicalistas dizendo representar nossos milhares de funcionários declara estado de greve”, reclamou.
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