Produtor do Hyper Festival e fundador do banco de dados TheXRDB.com, Fabio Hofnik é especialista em desenvolver projetos de experiências imersivas para diversas indústrias. Ele faz uso de narrativas interativas e tecnologias digitais, como imersões e conteúdo em 360. Em entrevista à Imprensa Mahon, ele conta fala do maior erro dos profissionais do audiovisual na transição para a realidade virtual. Não se especializar antes é um equívoco, pontua.
“Para um roteirista migrar para realidade virtual ele tem que se reinventar. Temos casos de gente de Holywood que tentou fazer e não deu certo. Recentemente, Robert Rodrigues, que todos acham genial no que sabe fazer, quando tentou fazer realidade virtual ficou horrível, não ficou adequado. Só que nós nunca o vimos num evento nosso, querendo aprender com a gente, e ele nem contratou alguém que já soubesse. Montou uma equipe com quem ele já estava costumado, e não adaptou a ideia do filme dele, que não é ruim. Mas para a linguagem da realidade virtual, quando você assiste com os óculos, é horrível, você passa mal. As cenas são muito agitadas. É exemplo de um cara que tem um conteúdo muito apurado no cinema tradicional e que não conseguiu transpor isso para VR porque não estudou”, afirmou Fabio Hofnik, dando exemplo vindo do badalado cinema norte-americano.
A resposta do produtor do Hyper Festival à pergunta de Krishna Mahon sobre se é possível ficar rico no Brasil com realidade virtual foi para além de mera questão financeira. “Algumas pessoas estão começando a ganhar dinheiro, mas o prazer de ser pioneiro e criar novas linguagens, de navegar nesses mares de tecnologia com criatividade, acho que é bem mais legal. Ganhar dinheiro o mercado vai ter que absorver primeiro, antes de virar negócio e tal. Se temos dificuldades com TV e cinema, que são clássicos, imagina com coisas mais modernas”, ponderou o entrevistado.
“No Brasil, temos um problema de equipamentos, porque não os temos por aqui, tudo é importado e mais caro. Por outro lado, temos a internet que nos ensina muita coisa. A tendência é que tenhamos cursos saindo ainda este ano de storytelling, de roteiro, de direção e de fotografia. Os recursos técnicos são muito diferentes, implicam em tudo. Tem que esconder a luz, o diretor não fica set”, exemplificou Fabio Hofnik.
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