Criado em 1961 com o objetivo de dialogar e levar informações importantes ao público da cidade de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, nesta sexta-feira, 3, o Diário de Suzano completa 60 anos. No período, o veículo, que foi pensado especificamente como um jornal impresso, passou por transformações e mostra como manter-se ativo em meios analógicos e digitais.
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As mudanças no jornal suzanense começaram cedo e tiveram o objetivo de acompanhar as inovações tecnológicas de cada época. Em sua primeira edição, por exemplo, o informativo – que inicialmente era chamado de A Comarca de Suzano – foi lançado em mimeógrafo, com matérias datilografadas pelos jornalistas. Em pouco tempo, as máquinas de linotipo já tomavam conta das impressões e, atualmente, está presente em portal de notícias e redes sociais.
As adaptações aos principais meios de cada época apresentaram-se ainda mais importantes em meio à pandemia. Segundo comunicado enviado ao Portal Comunique-se, um dos indicativos foi o crescimento significativo da audiência do portal de notícias online durante o período. “Não há dúvida. O leitor é a causa de o jornal existir”, afirma o diretor de redação do Diário de Suzano, jornalista Octavio Thadeu de Moraes.
Hoje, o jornal é dirigido pelos seis netos do fundador: o já mencionado Octavio Thadeu de Moraes, Carlos Alberto de Moraes, Amadeu Guaru José de Moraes, Sonia Aparecida Moraes da Silva, Augusta de Moraes Gusmão dos Santos e Solange de Moraes Freitas.
Sem perder sua identidade impressa, o jornal também tem aproveitado os recursos disponíveis na internet para produzir conteúdos específicos para as redes sociais, criando cada vez mais uma conversa com o leitor, na qual ele também pode participar ativamente. Nos perfis do veículo de comunicação, são promovidas transmissões ao vivo de entrevistas, além do recebimento de sugestões de pauta, dicas e críticas por meio do WhatsApp.
Por trás das transformações
Um dos motivos ao qual o DS, como é carinhosamente chamado, atribui a consistência de sua atuação em meio a tantas transformações nos meios de comunicação é a união dos colaboradores. Ainda segundo o comunicado, todos os setores da empresa são interligados.
E foram exatamente os profissionais que já passaram pelo jornal que, agora, protagonizam um projeto de entrevistas em comemoração ao aniversário do veículo de comunicação. Os materiais devem ser disponibilizados no portal de notícias e em um ebook.
“Desde junho iniciou uma série de entrevistas com profissionais – jornalistas, fotógrafos, diagramadores, colunistas, articulistas, entre outros – que passaram pelo jornal e contribuíram para a história”, informa o texto.
Desde os mimeógrafos
No dia 3 de setembro de 1961, a população de Suzano recebia um novo jornal, na época ainda chamado de A Comarca de Suzano, criado pelo contador e apaixonado por leitura, Thadeu José de Moraes. Com matérias datilografadas e levadas ao público por meio de páginas mimeografadas, o jornal semanal era levado a público.
“A primeira edição foi lançada em mimeógrafo. As matérias eram datilografadas em folhas com uma espécie de carbono. Nos anos seguintes, as máquinas de linotipo transformaram o perfil do DS. Alteraram o trabalho de editoração e da pré-impressão”, aponta o material sobre o aniversário.
Já naquela época, o objetivo era que o periódico chegasse às publicações diárias, levando conteúdos baseados em três preceitos: independência, imparcialidade e justiça. Em 1976, as edições semanais deram vez às bissemanais, às quartas-feiras e aos sábados. Onze anos mais tarde, em 1987,o objetivo foi alcançado e o veículo de comunicação passou a se chamar Diário de Suzano.
Para o editor-chefe do Diário de Suzano, Edgar Leite, a história do jornal se confunde com a da cidade. “Há 60 anos o DS conta, por texto e fotos, os 60 anos da história de Suzano, região, estado e mundo. História contada por muitos profissionais que passaram pelo jornal e deixaram sua contribuição”, lembrou Leite, que está no jornal desde 1994.
Ele ainda destaca que o jornalismo impresso é uma importante fonte histórica e que, enquanto houver matéria prima, seguirá existindo. “Acho que enquanto houver matéria-prima para o papel, vai existir jornal impresso. Mas vejo que o mais importante é saber que o jornalismo nunca vai acabar”, finaliza.