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O canal nas eleições 2022 — por João Paulo Borges

O canal nas eleições 2022
(Imagem: iStock).

“A contagem regressiva para o dia D da democracia já começou. Para chegar no dia 2 de outubro com chances de ser eleito será preciso utilizar da melhor forma possível as ferramentas e os meios de comunicação disponíveis”

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Passado o carnaval, é hora de falar e pensar nas eleições 2022. É chegado o momento em que os candidatos no Brasil inteiro irão correr contra o tempo para fortalecer seu relacionamento com as pessoas com o objetivo de conquistar votos. Nas eleições 2018 e 2020, em plena pandemia, o WhatsApp foi um dos principais meios para manter esse contato. Em 2022 não será diferente.

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Sem dúvida, nas eleições deste ano, terá êxito quem souber utilizar o aplicativo mais popular do Brasil de forma estratégica. É preciso sabedoria para gerar conexões que vão além do olho no olho e da tela a tela e transformem-se em votos na urna em outubro.

Em 2020, quando vivenciamos eleições nos mais de 5.500 municípios brasileiros, o mensageiro foi fundamental para que candidatos a prefeito e vereadores chegassem aos eleitores, conversassem com eles e os mobilizassem para a hora do voto. Foi uma eleição menos olho no olho e mais tela a tela. Em 2022, o WhatsApp, aliado às redes sociais, continuará sendo o principal canal de informação e fidelização para conquista do voto e multiplicação dele.

O que será diferente, principalmente na comparação à eleição nacional de 2018, é que ao contrário daquele ano, onde muito se utilizou dos grupos de WhatsApp para fazer esta aproximação com os eleitores, nesta eleição acredito que será o uso estratégico das listas de transmissão será um dos diferenciais.

Novo cenário nas eleições 2022

Em 2022, diferente de 2018, a estratégia de unir as pessoas apoiadoras em grupos de WhatsApp não será tão efetiva como foi naquela há 4 anos. Primeiro, porque o engajamento em grupos políticos é baixo, a maioria das pessoas não lê tudo que recebe. Estima-se que apenas 10% leiam o que recebem em grupos sobre política.

Segundo, que os contatos ficam vulneráveis a serem vítimas de golpes e abertos para qualquer pessoa entrar em contato. É como abrir para todos, inclusive para adversários, os telefones estratégicos de quem está apoiando sua candidatura. Além de não ser eficiente, dá margem, inclusive, para abordagens contrárias ao candidato organizador do grupo.

Quem trabalha com comunicação pelo WhatsApp sabe que as listas de transmissão dão mais trabalho, pois necessitam o convencimento das pessoas para quem salvem o número do candidato na agenda e manifeste interesse em receber as notícias e mensagens enviadas por ele. Isso exige três coisas: planejamento, estratégia e bom conteúdo. Com a experiência de quem já foi responsável pelo canal de comunicação de um governador de Estado pelo WhatsApp, não tenho dúvidas do potencial informativo e de conexão das listas de transmissão dos políticos para com os cidadãos em geral.

Conforme escrevi em artigo em setembro de 2019, Da geração Z aos maduros: todos encontram-se no WhatsApp.

Dados recém divulgados, em fevereiro de 2022, na nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil confirmam que “o WhatsApp continua sendo, com vasta vantagem, o aplicativo de mensageria mais popular do Brasil, instalado em 99% dos smartphones nacionais e sendo aberto todo dia em 85% deles”. Ao analisar-se os dados demográficos de quem declara usar o WhatsApp todo dia, ou seja, os seus usuários mais engajados, “nota-se que a proporção é maior entre mulheres (87%) que entre homens (82%); e maior também nas classes A e B (92%) que nas classes C, D e E (83%). Por faixa etária, é no grupo de 30 a 49 anos que se observa a maior proporção que declara abrir o WhatsApp todo dia (87%), enquanto entre jovens de 16 a 29 anos (83%) e entre pessoas a partir de 50 anos (82%) os percentuais são menores”.

A contagem regressiva para o dia D da democracia já começou. Para chegar no dia 2 de outubro com chances de ser eleito será preciso utilizar da melhor forma possível as ferramentas e os meios de comunicação disponíveis, entre eles, aquele utilizado pela maioria das pessoas no Brasil da hora que acorda até antes de dormir. Para tanto, será preciso guiar-se pelos quatro pilares da Comunicação Estratégica pelo WhatsApp: Informação, Relacionamento, Fidelização e Mobilização.

*Por João Paulo Borges, jornalista, especialista em Comunicação Estratégica pelo WhatsApp, responsável pela implantação e administração do canal do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, entre 2019 e 2020; e orientação para implantação do WhatsApp público do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, em 2021.

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João Paulo Borges

Jornalista, especialista em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), com 12 anos de experiência em assessoria de comunicação política, institucional e empresarial. Atuou em Brasília de 2007 a 2011, onde assessorou dois deputados federais. Há oito anos trabalha em Florianópolis. Em 2019, concluiu o masterclass de marketing e comunicação política ministrado pelo professor Marcelo Vitorino na ESPM. Até janeiro de 2019, foi um dos responsáveis pela comunicação da Federação Catarinense de Municípios (Fecam). Na entidade, apresentou, planejou e operacionalizou o projeto de implantação de um canal institucional para distribuição de mensagens pelo WhatsApp -- ação pioneira entre entidades representativas. Dedica-se ao estudo da comunicação pelo WhatsApp desde 2016, publicou artigos com reflexões sobre o tema no Portal Comunique-se e prestou consultoria para implantação de mais de 10 canais oficiais e institucionais para distribuição de informações pelo mensageiro.

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