Vereador do Rio de Janeiro está preso por suspeita de assassinato do menino Henry Borel
O avanço das investigações a respeito da morte do garoto Henry Borel, colocando o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) como suspeito de assassinato, provocou comoção e indignação nas redes sociais. Diante da prisão efetuada na quinta-feira, 8, jornalistas relataram no Twitter as impressões sobre o político — além de relembrar a trajetória dele dentro e fora dos bastidores do poder do Rio de Janeiro.
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Editor e idealizador do Blog do Berta, projeto de jornalismo online que se propõe a divulgar informações exclusivas relacionadas à política do Rio de Janeiro, Ruben Berta lembrou de um momento ocorrido anos atrás. Na ocasião, ele entrevistou a figura hoje presa sob suspeita de espancar até a morte uma criança de quatro anos de idade.
“Pode parecer um detalhe bobo, mas a lembrança que sempre me vem de Dr. Jairinho foi de uma vez que fiz algumas perguntas a ele na Câmara [dos vereadores do Rio de Janeiro] — nem me recordo a pauta, confesso —, e o vereador apertava meu ombro enquanto respondia”, afirmou o jornalista por meio de seu perfil na rede social.
Pode parecer um detalhe bobo, mas a lembrança que sempre me vem de Dr. Jairinho foi de uma vez que fiz algumas perguntas a ele na Câmara – nem me recordo a pauta, confesso -, e o vereador apertava meu ombro enquanto respondia.
— Ruben Berta (@ruben_berta) April 8, 2021
Os problemas envolvendo o hoje vereador afastado e detido na capital fluminense parecem ir além da morte do menino Henry. Pela rede social, a repórter Ana Luiza Albuquerque, da Folha de S. Paulo, divulgou o conteúdo produzido em parceria com Catia Seabra. No material, as duas destacam que o político chegou a ser citado em suposto envolvimento com milícias, além de ter sido investigado em caso de tortura de jornalistas.
Jairinho foi citado 5x, e seu pai 13x, como líder de milícia por moradores da zona oeste, em 2007. Tb foram investigados pela tortura dos jornalistas no Batan. Apesar do histórico, Jairinho tinha bom trânsito na política fluminense. Na @folha, seu perfilhttps://t.co/WJQq5DTOF1
— Ana Luiza Albuquerque (@analuizaalbuq) April 8, 2021
Na imprensa, há quem fizesse questão de ressaltar a indignação com o político carioca. Exemplo de Guga Chacra. Comentarista da GloboNews e “Mestre do Jornalismo” do Prêmio Comunique-se como repórter internacional, ele usou poucas palavras para comentar o assunto. “Este Dr. Jairinho é um monstro”, definiu. Milton Neves foi pelo mesmo caminho. “Jairinho? Esse ordinário tá mais para Capetinha, Demoniozinho ou, melhor, filhodaputão!”, publicou o cronista esportivo.
Este Dr. Jairinho é um monstro
— Guga Chacra (@gugachacra) April 8, 2021
Jairinho? Esse ordinário tá mais para Capetinha, Demoniozinho ou, melhor, filhodaputão!
— Milton Neves (@Miltonneves) April 8, 2021
Problemas
Fundadora da plataforma Fogo Cruzado, Cecília Olliveira compartilhou reportagem do portal G1. O conteúdo destaca o teor do laudo da morte do menino Henry. “Polícia diz que Dr. Jairinho torturou Henry. Laudo do IML mostra ‘infiltração hemorrágica’ na parte frontal, lateral e posterior da cabeça e ‘grande quantidade de sangue no abdômen’, ‘contusão no rim’ e ‘trauma com contusão pulmonar’”, observou a jornalista.
Polícia diz que Dr. Jairinho torturou Henry. Laudo do IML mostra “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça e “grande quantidade de sangue no abdômen", “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar” https://t.co/XUBeIHVgMp
— Cecília Olliveira (@Cecillia) April 8, 2021
Adriana Carranca lembrou que o hoje suspeito de assassinato de uma criança chegou a integrar os quadros de legenda que defende os valores cristãos e manteve relação próxima ao ex-prefeito Marcelo Crivella. “Foi o vereador mais votado do Partido Social Cristão (PSC), em 2004, reeleito para mais quatro mandatos e líder do governo do bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella”.
“Vê se alguém dá o atestado. Pra gente levar o corpinho. Virar essa página”. Dr. Jairinho (Solidariedade-RJ)
Foi o vereador mais votado do Partido Social Cristão (PSC), em 2004, reeleito para mais quatro mandatos e líder do governo do bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella.
— Adriana Carranca (@AdrianaCarranca) April 9, 2021
Doutor?
Âncora da rádio CBN em Brasília, Brunno Melo fez um pedido público: para que colegas de imprensa parem de se referir ao vereador carioca como Dr. Jairinho. “O nome do monstro é Jairo Souza Santos Júnior. Parem com essa coisa de doutor Jairinho”, afirmou o comunicador. Nesse sentido, foi acompanhado por Ricardo Capriotti, da Rádio Bandeirantes.
“Por que ‘doutor’ Jairinho?”, questionou Capriotti. “Esse sujeito nunca exerceu a medicina, não cursou doutorado, passou a vida mamando nas tetas do contribuinte. Acusado de cometer um homicídio contra uma criança de quatro anos. O nome dele é Jairo, só isso. É preciso acabar com esta subserviência de poder”, prosseguiu o jornalista.
O nome do monstro é Jairo Souza Santos Júnior.
Parem com essa coisa de doutor Jairinho.— Brunno Melo #TodosPelasVacinas💉 (@BrunnoMeloCBN) April 9, 2021
Por que "doutor" Jairinho? Esse sujeito nunca exerceu a medicina, não cursou doutorado, passou a vida mamando nas tetas do contribuinte. Acusado de cometer um homicídio contra uma criança de 4 anos. O nome dele é Jairo, só isso. É preciso acabar com esta subserviência de poder.
— Ricardo Capriotti (@ricapriotti) April 8, 2021