Os 61 anos de idade, com mais de 30 prestados ao jornalismo, não impediram Sidney Rezende de assumir novos desafios na imprensa carioca. Com gana de realizar trabalhos diferenciados e com entusiasmo de quem parece estar dando os primeiros passos na carreira, ele estreou dois projetos em fevereiro. Tornou-se titular do ‘Informe do Dia’, tradicional coluna de O Dia. E voltou a atuar como apresentador de televisão, por meio de atração exibida pela MultiRio. Novas funções que concilia com o seu “filho”. Afinal, como empreendedor, ele lidera desde 2006 a equipe do site que criou, o SRzd.
A tripla tarefa anima o jornalista. Sobre o trabalho como colunista de O Dia, ele diz estar sendo “muito estimulante”. Admite, nesse ponto, que chega a impressionar a força que as edições impressa e digital da marca têm junto aos leitores e internautas. Com passagens por TV Globo e GloboNews, Sidney Rezende avisa que, por meio da MultiRio, volta “repaginado” como apresentador na telinha. Em relação à tarefa de empreendedor de comunicação, ele aproveita para destacar a longevidade do SRzd. Idealizado por ele próprio, o site completará 14 anos no ar em 2020, tendo entre seus diferenciais o fato de cobrir Carnaval “todos os dias do ano”.
Sobre os novos trabalhos como colunista de O Dia e apresentador de TV na MultiRio, o jornalista e empreendedor Sidney Rezende conversa de forma exclusiva com o Portal Comunique-se. Confira, abaixo, a íntegra entrevista:
O que o motivou a retornar ao jornalismo impresso depois de tanto tempo?
A minha passagem no impresso não foi marcante. Trabalhei na Tribuna da Imprensa um pouco mais de um ano, como repórter de política, no início da carreira. E colaborei com veículos nacionais, mas faltava conhecer o ofício do colunismo. Estou aprendendo. Uma coisa é certa, valorizo hoje muito mais meus colegas que são mais experientes e competentes do que eu. Não é fácil alimentar conteúdo em ritmo acelerado. No meu caso, todos os dias do ano. Não tem folga.
Como se deram as negociações entre você e a direção do jornal O Dia?
A minha intenção era assinar uma coluna semanal, mas o jornal me convidou para ser o titular da coluna ‘Informe do Dia’, que é diária. Hesitei, mas aceitei. Estreamos no dia 10 de fevereiro.
Como tem sido essa experiência inicial?
Muito estimulante. Estou impressionado com a força do impresso e do digital de O Dia. A resposta é absurda e a repercussão redobra nossa responsabilidade. Tenho perseguido informações exclusivas todos os dias. Já na nossa estreia, contamos que PT e PSOL já tinham fechado em torno do candidato a prefeito do Rio, Marcelo Freixo. Notícia que os outros só vieram a confirmar 10 dias depois. Tem sido assim todos os dias.
Com passagens por CBN, TV Globo e GloboNews, o que representa para você voltar a ter contato mais direto com a editoria de política?
Mesmo no nosso portal, SRzd, não tínhamos perdido contato com os políticos e a política. A diferença, agora, é que atendo mais 60 fontes por dia. Diretamente.
Quais informações você mesmo coloca como destaques nessas primeiras semanas à frente do ‘Informe do Dia’?
Optamos por uma principal e notas menores. Estamos começando “no sapatinho”. Na principal, sempre algo que a concorrência não tenha tido tempo de trabalhar. Estaremos sempre um passo à frente onde eles ainda não perceberam ser importante. O jornalista tem que estar justamente onde ninguém espera que ele esteja. A notícia é como pedras no oceano. Sempre fica encoberta, às vezes por alga, às vezes por lodo… mas ela sempre estará por ali…Vamos lá buscar!
No mesmo dia que passou a comandar o ‘Informe do Dia’, você estreou como apresentador da MultiRio? Como se deu o acerto com o canal educativo?
Foi uma coincidência. Amo o Rio, sou um paladino da educação e da cultura. Não houve qualquer conflito de interesse entre a TV e o jornal. Fui contratado para realizar 12 entrevistas, já tínhamos produzido sete delas quando o O Dia entrou na minha vida. A primeira temporada está se encerrando e nem sabemos se teremos outra. Vamos pensar. Comuniquei ao jornal que tinha este contrato. Eles entenderam e me permitiram a conciliação. E, em separado, escolheram o mesmo dia de estreia.
Na TV, você está à frente da série ‘Visões do Rio’. Conteúdo em formato talk show com 12 episódios. Qual foi a sua preparação para comandar o programa?
Dar liberdade para a produção, para a equipe. Adotei a barba, afiei uma apresentação mais informal, descolada e bem-humorada. Deu certo! É um Sidney Rezende repaginado, bem adequado para este momento de reinvenção.
Em quais pontos a bagagem de mais de 30 anos de jornalismo tem o ajudado a voltar à função de apresentador de TV?
A sua biografia não te esquece. Diferentemente daqueles que têm vergonha do seu passado, eu tenho orgulho de ter aprendido com colegas geniais, aprimorando meu conhecimento e ter construído um caminho de inovação. Por característica, jogo-me de cabeça em tudo o que faço.
Qual a importância de o telespectador carioca passar a contar com uma opção que dá destaque aos trabalhos de diversas personalidades e suas relações com a cidade?
Primeiro, escolhemos pessoas consagradas em suas profissões, que amam o Rio de Janeiro, críticas, esclarecidas e que detestam chapa-branca, como eu. Sem liberdade, não tem resultado. A MultiRio foi muito corajosa. E a equipe é espetacular. A agência realiza animações e quadrinhos padrão internacional. Há inteligência nas empresas privadas, mas também no serviço público. Competência é o que interessa.
Como tem sido conciliar as atividades de apresentador de TV e colunista de jornal com o trabalho de jornalista & empreendedor, que desde 2006 está à frente do SRzd?
O portal SRzd completará 14 anos desde a sua primeira edição. Nunca falhamos. Inovamos onde nenhum outro veículo jamais imaginou atuar. Cobrimos Carnaval Rio e São Paulo todos os dias do ano. Amamos o nosso povo e sua cultura. Trabalhar em várias plataformas está no nosso DNA. O sacrifício pessoal torna-se irrelevante. Temos que dar biscoitos finos pra massa. Assim que eu vejo o mundo. E por isso sou jornalista, com muita honra.
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