Com notícias cada vez mais frequentes a respeito do encerramento de jornais impressos, o Brasil vive um momento de extinção deste tipo de veículo de comunicação. Ao menos, é o que avalia o professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Eduardo Lins da Silva, na coluna ‘Horizontes do Jornalismo’, veiculada na rádio da universidade.
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De acordo com Silva, o jornalismo impresso sofreu grandes impactos, especialmente nos últimos dois anos. No programa, ele explica que a redução no número de vendas dos jornais brasileiros é o que chama mais a atenção, devido ao seu volume. A circulação total apresenta estabilidade, com queda de 1,1%. “Houve uma perda de 33% da venda de jornais impressos neste período de 2019 e 2020, o que é realmente uma coisa impressionante”, afirmou.
Outro ponto considerado interessante por ele é que o movimento mostra-se contrário ao cenário de países como Estados Unidos, onde houve aumento no número de leitores após a eleição de Donald Trump, em 2016. No Brasil, a maior queda no público do impresso ocorreu entre os anos de 2019 e 2020.
Apesar de coincidir com o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, o professor ressalta que o processo de extinção não está atrelado a ele. Jornais críticos ao presidente, inclusive, teriam registrado aumento na circulação total. “Por exemplo, a Folha de S. Paulo passou a ter uma circulação total que é superior à sua circulação anterior, dois anos antes, em cerca de 10%, ganhou 10% de circulação”, apontou Carlos Eduardo Lins da Silva.
O fim do jornal Agora São Paulo
Na última quarta-feira, 25, o jornal Agora São Paulo, do Grupo Folha, teve seu fim anunciado. Segundo matéria que revelou a decisão ao público, o encerramento do veículo de comunicação impresso foi motivado por “critérios econômicos baseados em dados de circulação e publicidade”. O periódico deixará de circular a partir da próxima segunda-feira, 29.