A confirmação de que o secretário especial responsável pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten, está com coronavírus já impacta a vida de um profissional da mídia. Jornalista brasileiro radicado em Miami, Fernando Hessel acompanhou de perto a comitiva brasileira que desembarcou na Flórida na última semana para se reunir com Donald Trump e demais autoridades dos Estados Unidos. Durante os trabalhos, o comunicador conversou com o integrante do governo do presidente Jair Bolsonaro. Por segurança, ele já está cumprindo quarentena domiciliar.
“Eu me encontrei com ele duas vezes. O primeiro foi no domingo. Aquele agito de comitiva, dei meu cartão [de visitas], a gente se cumprimentou e conversou por cerca de cinco minutos”, descreve Fernando Hessel em contato exclusivo com a reportagem do Portal Comunique-se. Idealizador e editor do site América 24h, o jornalista brasileiro pontua que a segunda vez em que esteve no radar do secretário de Bolsonaro foi na base da Embraer em solo norte-americano. Na ocasião, ele apenas “cruzou o caminho” de Fabio Wajngarten. A curta entrevista anterior faz, porém, o profissional da imprensa tomar medidas preventivas.
As providências por parte de Fernando Hessel começaram na manhã de quinta-feira, 12. Foi quando ele soube, pela imprensa brasileira, que o teste de Fabio Wajngarten havia dado positivo para o novo coronavírus. A primeira ação do jornalista foi procurar orientação médica. “Liguei para o hospital e expliquei a situação. Pediram para que eu evitasse ter contato público e aguardar sintomas”, detalha o editor, que demonstra tranquilidade. “Não estou sentindo nenhum sintoma. Estou bem. Bem, mas seguindo a orientação do hospital, de fazer essa quarentena espontânea”. Dessa forma, ele tem evitado sair da casa onde mora com a família na região de Miami.
Cumprindo a tal da quarentena espontânea indicada pelos médicos, o jornalista brasileiro já vê a sua rotina profissional ser modificada desde ontem. Deixou, momentaneamente, de aparecer no escritório em que costuma trabalhar. Diante da situação, conversou com colegas e parceiros comerciais, com os quais compartilha ambiente corporativo. Todos, adianta, falaram que ele deveria seguir. Fora o escritório em Miami, Fernando Hessel costuma viajar para ir atrás de pautas em outras cidades dos Estados Unidos. Algo que muda por enquanto. Ele cancelou compromisso que teria hoje em Orlando e viu a National Association of Broadcasters (NAB) ter a sua edição cancelada em Las Vegas — justamente por causa da pandemia do coronavírus.
Fernando Hessel afirma que o caso de Fabio Wajngarten tem levado precaução para o cenário político e econômico dos Estados Unidos. Ele destaca que o secretário de comunicação de Bolsonaro teve contato com muita gente. Até mesmo com os funcionários locais da Embraer. “Fato é que usou e tocou nas instalações. Um ambiente bastante restrito e repleto de segurança devido ser uma linha de montagem de aviões de guerra mantido em sigilo. O receio é de que funcionários da Embraer possam ter tido este contato uma vez que depois durante o evento ele circulou no meio destes colaboradores durante a cerimônia”, relata o profissional à frente do noticiário do América 24h.
Para além da questão da quarentena espontânea, Fernando Hessel aproveita o contato com a reportagem do Portal Comunique-se para analisar a postura de Fabio Wajngarten em relação a quem esteve acompanhando a comitiva brasileira nos Estados Unidos. Para ele, o titular da Secom adotou postura estranha. “O contato com a imprensa era raro”, enfatiza o jornalista brasileiro. “Um dos poucos movimentos do Fábio que chamou a atenção neste sentido foi quando ele saiu da zona restrita a autoridades e se dirigiu para conversar exclusivamente com o repórter da Record TV”, conta.
“Ambos [secretário e funcionário da Record TV] ficaram cerca de quatro minutos conversando antes da chegada do presidente Bolsonaro no Comando Militar Sul da Flórida; dia seguinte ao jantar em Mar-a-Lago. O repórter conversava com Fabio Wajngarten com o rosto abaixado, por conta da altura, bastante próximo ao rosto do secretário”, prossegue Fernando Hessel, dando a entender que o canal de televisão precisa se atentar ao quadro clínico de seu colaborador. “Inclusive, esta foi uma atitude que me chamou bastante atenção. Pela deferência a apenas uma emissora, diante de tantos profissionais que estavam presentes”, finaliza o jornalista brasileiro que, pelo contato com o secretário infectado por coronavírus, deverá permanecer por 14 dias em quarentena.
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