Premiada cineasta brasileira, Laís Bodanzky concedeu entrevista à Imprensa Mahon. No bate-papo com a apresentadora Krishna Mahon, ela contou como foi a captação para seu primeiro e premiado longa-metragem: “Bicho de Sete Cabeças”, de 2001.
“No caso do ‘Bicho’, as pessoas não conseguiam entender: ‘mas esse é seu filme? Com um tema tão ardido? Falar de manicômios?’. E elas não queriam associar a marca ao tema. Foi muito difícil mesmo, teve um momento em que eu tive certeza de que eu não iria conseguir fazer. Mas nós diminuímos, fizemos o mínimo do orçamento possível e conseguimos uma coprodução internacional com a Fábrica Cinema, da Itália. O filme foi todo finalizado lá”, contou a diretora.
Laís Bodanzky discorreu, posteriormente, sobre como os mecanismos de fomento têm evoluído. O que serve de dica para quem atua ou queira atuar no mercado audiovisual. “Coprodução é um formato bem mais comum agora que temos política pública específicas. Temos convênios com mais de 14 países, com regras estabelecidas, editais, júris, concursos. Hoje, nesse sentido, está mais fácil, e essa é uma conquista da Ancine, que não pode morrer de jeito nenhum. Ela de fato organiza toda essa indústria. Ela ajuda e identifica onde tem que ter o fomento. O Brasil hoje é um case de audiovisual, uma equipe da BBC de Londres veio aqui para entender o que acontece nesse país que está bombando no audiovisual, enquanto em outros países a produção está em declínio”, afirmou a cineasta brasileira.
Questionada por Krishna Mahon se fazer cinema sendo mulher foi mais difícil, se encontrou muitos empecilhos, Laís Bodanzky respondeu de bate-pronto. “Encontrei e não tinha noção na época. Hoje que revisitamos com esse novo olhar, que exercitamos a crítica, dizemos: ‘eu já vivia isso antes e eu nem me dei conta’. Achávamos que era normal. Hoje eu vejo que sim, mas na época não tinha essa percepção”, observou a premiada diretora de cinema.
Por fim, a entrevistada falou sobre a pouca presença feminina em postos de comando no cinema do país. “A Ancine publicou uma pesquisa fundamental para entendermos como somos tão poucas na direção, e para fazermos a pergunta: ‘por quê?’ Em qual momento que afunila? Quando entramos na sala de um curso de cinema, só tem mulher, e quando vamos para um set de filmagem não vemos mulheres nos postos de liderança, apenas homens. Em qual momento a mulher disse que não queria? Ela desistiu? O que aconteceu? Essas são as perguntas que devem ser feitas para reverter isso. Eu acho que muitas vezes nós nos boicotamos, não acreditamos em nós mesmas. Nós nos encaixamos muito facilmente no papel da secretária, do ajudar, de resolver problemas para o outro”, concluiu Laís Bodanzky.
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