O uso do termo não é tão simples quanto parece, explica o articulista-parceiro do Portal Comunique-se, Edson de Oliveira. Ele explica que o termo vem do latim, que Estadão e Folha têm padrões diferentes “etc.”
O Manual de Redação e Estilo, do jornal O Estado de S. Paulo, usa vírgula antes de “etc.”:
“Comprou camisas, calças, meias, etc.”.
O Manual da Redação, da Folha de S.Paulo, não:
“Comprou camisas, calças, meias etc.”.
E o Manual de Comunicação da Secom (Senado Federal) diz que o sinal é facultativo, recomendando, no entanto, evitá-lo.
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E você, como gosta do seu “etc.”?
Nos textos que escrevo ou reviso, sigo a Folha, nada de vírgula antes de “etc.”, a não ser que o cliente, que paga para não ser contrariado, exija, porque, se a expressão latina da qual se originou “etc.” quer dizer “E outras coisas”, o que estaria fazendo a vírgula antes da abreviação?
“Nos textos que escrevo ou reviso, sigo a Folha, nada de vírgula”. Edson de Oliveira
Em sua forma latina, a conjunção aditiva “e” em “etc.” passa tão despercebida que, como se não bastasse esta abreviação ser antecedida por uma incoerente vírgula, aparece precedida por outro “e”:
“A escola está precisando de livros, cadernos, canetas, e etc.”.
Outro que passa despercebido é o ponto abreviativo, que só deve ser dispensado quando “etc.” for seguido de ponto-final (.) ou reticências (…).
Somente para coisas?
Levada ao pé da letra, a redução latina deveria ser empregada para enumerar apenas coisas:
“A escola está precisando de livros, cadernos, canetas etc.”.
Mas, uma vez que nem quem aprendeu latim a emprega de forma coerente, passou a ser usada para enumerar também pessoas:
“Fazia tempo que eu não via Rute, Judite, Maria etc.”.
Ou ocupando o lugar que caberia a “et al.”:
“As lituanas, as estonianas et al.”.