Madrugada de oito para nove de novembro de 2016. No estúdio montado pela TV Globo de frente à Casa Branca para cobertura especial da eleição presidencial norte-americana, o jornalista William Waack conversa com Paulo Sotero, diretor do Wilson Center, instituto de estudos baseado nos Estados Unidos. Com o ‘Jornal da Globo’ fora do ar, o âncora se irrita com o barulho de uma buzina. O teor do comentário proferido pelo irritado apresentador faz com que ele perca – exatamente um ano após o ocorrido – o posto de comando do telejornal. O motivo? Postura racista revelada para o público.
Com o barulho da buzina de um carro invadindo o estúdio provisório da TV Globo na cidade de Washington, William Waack demonstra nervosismo com a situação. E afirma, conforme exibe o vídeo divulgado na tarde desta quarta-feira, 8, que tal atitude era “coisa de preto”. “É preto”, diz o âncora ao se dirigir ao entrevistado Paulo Sotero, que dá risada com o comentário preconceituoso. A repercussão do vídeo nas redes sociais fez com que o nome do jornalista chagasse ao topo da lista dos assuntos mais comentados pelo Twitter no Brasil e no mundo. No YouTube e no Facebook, diversos canais e páginas divulgaram o material.
O comentário racista feito por William Waack foi em 2016, mas a TV Globo só decidiu afastá-lo da apresentação e edição do ‘Jornal Globo’ horas após o vídeo com o teor preconceituoso se tornar viral nas redes sociais. Em comunicado enviado à reportagem do Portal Comunique-se e a outros órgãos da imprensa, a emissora se coloca “visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações”. No texto (sem a assinatura de nenhum executivo da casa), o canal garante que o áudio apresentado na internet “não tem clareza”. Mesmo assim, o veículo registra o que define como as “sinceras desculpas” do jornalista – que, por sua vez, “afirma não se lembrar do que disse”.
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No curto texto de posicionamento, a emissora não informa quem ficará na apresentação do noticiário noturno durante o período em que William Waack estiver afastado. Renata Lo Prete assumiu a função de âncora nesta quarta e leu o comunicado da emissora no início do programa. O comunicado da TV Globo prefere ressaltar a carreira do autor do comentário racista. “William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo”, diz a nota do canal. A relação entre o jornalista e o veículo será, contudo, reavaliada ao decorrer dos próximos dias, com conversas entre as partes para “decidir como se desenrolarão os próximos passos”.
A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante. Diante disso, a Globo está afastando o apresentador William Waack de suas funções em decorrência do vídeo que passou hoje a circular na internet, até que a situação esteja esclarecida.
Nele, minutos antes de ir ao ar num vivo durante a cobertura das eleições americanas do ano passado, alguém na rua dispara a buzina e, Waack, contrariado, faz comentários, ao que tudo indica, de cunho racista. Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação.
William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo. A Globo, a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.
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