Chega ao fim o período de André Petry como diretor de redação da Veja. Na edição desta semana, a revista confirma que o jornalista deixa o cargo para Mauricio Lima, que atualmente é responsável pela coluna ‘Radar’ e integra o time de redatores-chefes. A mudança ocorre um mês após o comando do Grupo Abril, que edita a semanal, deixar de pertencer à família Civita. Desde 17 de abril, o controle da empresa de mídia pertence ao empresário Fabio Carvalho, da Cavalry Investimentos.
André Petry sai com a marca de ter sido o profissional que por menos tempo permaneceu na função. Ele estava no cargo desde fevereiro de 2016, quando sucedeu Eurípedes Alcântara. Além dos dois, apenas outros quatro jornalistas podem dizer que foram diretor de redação ao decorrer dos 50 anos de história da Veja. O primeiro a ocupar o posto foi Mino Carta (1968 – 1976). O título ainda contou com as lideranças de Mario Sergio Conti (1991 – 1998) e Tales Alvarenga (1998 – 2004). Hoje colunista do veículo, José Roberto Guzzo foi o número 1 do jornalismo do impresso durante 15 anos, de 1976 a 1991.
Na ‘Carta ao Leitor’ da edição desta semana da Veja, o Grupo Abril valoriza a gestão de André Petry. Apesar de colocar a saída dele como parte de processo que visa renovar o “compromisso com o jornalismo de excelência”, evidencia números alcançados durante a direção dele. Há destaque para feito realizado fora da mídia impressa. “[O site Veja.com] ganhou ainda mais projeção, saltando de uma média mensal de 12 milhões para 30 milhões de visitantes únicos”. Informa-se, também, o crescimento da marca nas redes sociais, como Facebook e Twitter.
Sucessor de Eurípedes Alcântara, André Petry assumiu a direção de jornalismo da publicação com a desconfiança de ser um “petista”. A acusação foi feita, inclusive, por ex-colaboradores da revista, como Mario Sabino, Diogo Mainardi e Rodrigo Constantino. O começo de seu trabalho no posto de liderança, contudo, serviu para rechaçar tais afirmações. Conforme registrado à época, as quatro primeiras capas da Veja desde que o jornalista havia sido anunciado como diretor traziam o ex-presidente Lula. Nenhuma era em tom elogioso. Uma, inclusive, falava em “o desespero da jararaca”. “Veja faz jornalismo que bate nos dois lados”, disse o profissional em entrevista concedida ao Portal Comunique-se em abril de 2018.
No comando da revista, André Petry acompanhou de perto um dos períodos mais turbulentos do Grupo Abril. A empresa de mídia entrou com pedido de recuperação judicial em agosto de 2018, semanas após encerrar títulos e demitir em massa. Ele, inclusive, está na lista de credores, tendo a receber mais de R$ 109 mil. No aspecto editorial, apostou em estratégias para além do impresso e do online. A marca realizou eventos e encontros. Foram debates com o nome de “Amarelas ao Vivo”, sessões em parceria com Exame e o “Prêmio Veja-se”. No que diz respeito à gestão de pessoas, demitiu e aceitou pedidos de demissões. Entre outros nomes, saíram os colunistas Vera Magalhães (maio de 2016), Reinaldo Azevedo (maio de 2017) e os redatores-chefes Carlos Graieb (maio de 2016) e Thaís Oyama (dezembro de 2018).
A era de André Petry como diretor de redação não contou apenas com demissões. Ele foi o responsável por contratar, entre outros profissionais, Mauricio Lima. Ele chegou à equipe da Veja para, de certo modo, substituir Vera Magalhães e Carlos Graieb de uma vez só, em maio de 2016. Foi contratado para ser o colunista de ‘Radar’, que conta com blog e espaço no impresso, e ser um dos redatores-chefes. Agora, é justamente Mauricio Lima quem assume a direção da Veja. Ele terá de seguir adiante com as missões propagadas pelo próprio título: “defender a democracia, a livre-iniciativa e a justiça social”.
Aos 46 anos, o carioca Mauricio Lima tem sua carreira no jornalismo ligada ao Grupo Abril. A chegada em 2016 representa apenas mais uma passagem sua pela empresa. Em 1997, ele foi aluno do “Curso Abril de Jornalismo”. Passou por outras publicações da casa, como a esportiva Placar, a Exame (economia e negócios) e a local Veja Rio. Para Veja, desempenhou diversas funções. Foi repórter em São Paulo, editor na sucursal de Brasília e, desde o seu retorno, vinha respondendo como redator-chefe baseado no Rio de Janeiro. “Mostrou sua enorme capacidade de trabalho, sua busca incansável pela boa informação e seu brilhantismo para jogar em qualquer posição”, afirma a ‘Carta ao Leitor’. O novo diretor de redação é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fora do país, realizou cursos de extensão pela Havard Business School.
Enquanto Mauricio Lima vai de colunista a diretor de redação, André Petry faz o caminho inverso. No aviso sobre a troca de comando, o Grupo Abril avisa que ele “começará nova fase” na revista. A promessa é que ele se torne colunista da versão impressa, com direito a blog no site da marca. A data de estreia para a nova função não foi divulgada. Sabe-se que ela terá início “depois de um merecido período de descanso”. Vale destacar que o mesmo aviso foi feito quando Eurípedes Alcântara deixou o comando da semanal, mas a coluna editada por ele nunca chegou a existir nas páginas do impresso. Por ora, André Petry está confirmado como palestrante da Jornada Galápagos de Jornalismo, iniciativa de Alecsandra Zapparoli.
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